domingo, 30 de março de 2008

Campanha sticker MayDay!! :: junta o sticker ao teu blog e apoia o MayDay!!



O MayDay!! está aí

Junta o sticker em anexo ao teu blog e apoia o MayDay!!

Esta semana entramos em Abril e falta um mês para o dia 1 de Maio. É hora de começar a ultimar a chamada MayDay!! e preparar a parada do precariado. O MayDay!! lança hoje um sticker para divulgar na internet para que a parada tome conta da blogosfera e dos outros sítios. Junta ao teu blogue, hi5, MySpace e divulga pelos teus contactos.

Linka: www.maydaylisboa.net


E a precariedade está presente em muitos espaços das nossas vidas: quando o teu patrão recebe milhares e tu não tens dinheiro que chegue até ao fim do mês, quando trabalhas 10 horas por dia mas não sabes se vais ter emprego na próxima semana, quando o ensino superior está comprometido com interesses económicos e só estudas se puderes pagar (muito!), quando as rendas são tão altas que a tua independência é impossível, quando a cultura é para tão poucos, quando tens que viver e trabalhar clandestinamente e sem acesso aos direitos mais básicos, quando os cuidados de saúde públicos desaparecem da tua área, quando, pelo simples facto de seres mulher, recebes menos que O teu colega de trabalho, quando tens que esconder os teus afectos e relações…

O Mayday!! é a revolta contra tudo isto no dia 1 de Maio. Com força. Com acção. Com alegria.

É juntar pessoas muito diferentes em torno de uma vontade comum: Viver! Não sobreviver.


quinta-feira, 27 de março de 2008

Vídeos MayDay!!

envia os teus vídeos para maydaylisboa@gmail.com

:: Manif Interjovem :: 28 Março : Jovens precári@s manifestam-se!! ::





quarta-feira, 26 de março de 2008

5a Assembleia MayDay!!

Assembleia do Mayday!!

Hoje :: quarta-feira :: 26 de Março :: 21:30


Crew Hassan
*Rua das Portas de Santo Antão, 159 (perto do Coliseu)*

Não faltes!


terça-feira, 25 de março de 2008

Brevemente....Precári@s nas Caldas

A imagem “http://upload.wikimedia.org/wikipedia/commons/e/e3/Zepovinho.jpg” contém erros e não pode ser exibida.


Desde a organização do MAYDAY do ano passado, os grupos Precários Inflexíveis e FERVE não pararam de agir, reunir, dar entrevistas, recolher testemunhos e estarem atentos às irregularidades laborais. A questão da precariedade deve estar presente todos os dias para podermos saber o que é, o que se passa e como é que devemos exigir aos nossos dirigentes que se debrucem seriamente sobre este problema cada vez mais premente.

Devido à abrangência da precariedade, isto é, pelo facto da condição precária atingir vários sectores laborais, fazendo com que não tenha havido uma verdadeira solidariedade, um verdadeiro corpo de precários organizados, há que contemplar o facto que estamos todos ameaçados a maior ou menor prazo! Esta ameaça não é pontual, porque atinge cada vez mais trabalhadores! Esta ameaça não é inócua e não diz respeito apenas a uns quantos! Temos de deixar de pensar em termos particulares. Temos de pensar numa dimensão maior, porque isto vai envolver as gerações futuras!

Devemos exigir direitos que sejam justos! Devemos exigir que sejam contempladas, analisadas e resolvidas todas as questões que envolvem a Segurança Social, a Saúde, os Subsídios de férias, de Desemprego, os assuntos relativos aos compromissos laborais, sociais e fiscais das entidades patronais para com o Trabalhador e o Estado.

Devemos exigir um sistema de descontos na Segurança Social mais equitativo que contemple a situação laboral do trabalhador precário, isto enquanto trabalhador independente/ a recibo verde, e do agregado familiar, assim como a participação das várias entidades patronais que contratam a recibo verde.

Devemos exigir um aumento do limite máximo de rendimentos sem retenção na fonte, nem IRS. Pois, se fizerem contas, o limite para não estar sujeito ao IRS e não estar sujeito à retenção na fonte é de 10 000 euros por ano, contando que o ano tem 12 meses...faz 833,333333333 por mês, tirando os descontos mensais em regime obrigatório, à Segurança Social, fica 681,75€. É preciso não esquecer que há meses em que o trabalhador independente, aquele que trabalha exclusivamente a recibos verdes não tem trabalho. É preciso não esquecer a grande irregularidade de rendimentos de mês para mês, de ano para ano. No entanto, durante esse tempo, tem que continuar a descontar para a Segurança Social (190,97€ no R.A. ou 151,58 € no R.O), tem que poder alimentar-se na mesma, tem todas as contas para pagar, tem todas as despesas inerentes ao bom desempenho do seu trabalho precário.

Pensem em todas as subtracções necessárias a este montante máximo e limite: a quotização mensal para a Segurança Social, a renda, o gás, a água, a electricidade, os transportes e a comida… Mais! Em certos casos, há também que contar as despesas do infantário, do ATL, as despesas necessárias à educação, à saúde. Quanto fica para comer todos os dias? Depois há as despesas quase necessárias hoje em dia, como telefone, internet…Mais o facto de que os precários têm frequentemente que investir em material, carro, deslocações e outras despesas inerentes às funções que desempenham. Todas estas despesas estão a seu cargo, não são descontáveis, pois enquanto trabalhadores independentes no patamar inferior a 10 000 euros anuais, não estão contemplas na declaração de IRS. Alguém pode viver sozinho com alguma contenção com este montante, mas no panorama das mudanças sociais da estrutura familiar actuais, pode viver sozinho com filhos? Pode? Devemos exigir segurança na própria construção de uma vida! É importante a inclusão social dos precários! Porquê? Porque ao agravar esta situação estamos a fazer com que os nossos direitos à estabilidade e à dignidade sejam cada vez mais menosprezados, estamos a deixar que fragilizem todos os trabalhadores e com que os nossos filhos sejam futuros precários...

Devemos exigir direito ao desemprego, direito a subsídios de Natal, de Férias, direito a baixa médica.

Devemos exigir direitos para poder alugar uma casa, pedir um empréstimo, abrir uma conta no banco...

Mas voltemos atrás...Será que sabem o que é um trabalhador precário? Não é alguém que não tem formação. Não é alguém que não seja competente. Não é alguém que não quer trabalho e que não queira trabalhar...pois... és TU, sou EU...são os nossos filhos!

Há que saber que o precário trabalha sempre! Sim! Todos os dias da semana, independentemente de ser feriado, ou fim de semana...Trabalha, trabalha, trabalha mesmo quando não tem trabalho, trabalha! Há que saber que o trabalhador precário não pode ficar doente, não mete baixa, porque não há baixa que lhe valha. Sabem porquê? Porque o precário vive o dia a pensar nas contas a pagar todos os meses, naquilo que vai comer no dia seguinte, ou naquilo que vai poder dar de comer à sua família no dia seguinte... Então quando não tem trabalho, isto é, umas horas aqui, outras acolá, procura ter mais horas aqui e acolá, faz projectos, faz contactos, lima e transcreve currículos, envia cartas e correios electrónicos... O Precário trabalha sempre! Mesmo! O precário não tem férias, pois não tem direito a férias, posto que, se não “trabuca não manduca”, posto que nunca sabe o que vai ser o dia, a semana, o mês seguinte. O precário não sabe de feriados, não faz ferias, não tira uns dias... Não descansa! O precário não tem tempo. Não está contemplado pelas sábias e reveladoras estatísticas do IEFP. O precário é aquilo de que todos os governos sonham! Sabem porquê? Porque não entra nas estatísticas do desemprego, logo não conta. Porque não é um encargo maior para as empresas em que desempenha funções, logo não custa nada, posto que é ele quem paga tudo. Porque a preocupação do dia de amanhã é tão insustentavelmente pesada que o precário não tem tempo para falar com os outros precários, para se organizarem, para fazerem corpo, para exigirem direitos devidos e contemplados por lei, logo não é uma ameaça para o “bom” funcionamento do Estado.


Ana da Palma


segunda-feira, 24 de março de 2008

Precariedade no sítio do costume

contributo do F.E.R.V.E


sábado, 22 de março de 2008

Euromayday!!

A intervenção artística nas ruas com fins políticos e sociais é também uma componente dos projectos colaborativos artivistas. A manutenção de um espaço virtual na Internet para divulgar informação é, tal como no hacktivismo, uma prática corrente. O colectivo italiano Chainworkers1, de Milão, actua como uma organização laboral que apesar de não ter quaisquer intenções estéticas directas, aspira "desenvolver uma linguagem icónica que possa alcançar em simultâneo os jovens que desempenham tarefas de serviços em cadeias de lojas, trabalhadores temporários e intelectuais free-lancers", refere Brian Holmes (idem). Entre o seu leque de acções contam-se a realização de manifestações e a afixação de faixas com mensagens de protesto em centros comerciais, o que é considerado ilegal uma vez que o direito de reunião pública dentro destes espaços é bastante constragido (ibidem). O site deste colectivo funciona como um recurso de informação jurídica e um meio de criar uma consciência colectiva. O Chainworkers foi ainda responsável pela reinvenção da tradicional manifestação do Primeiro de Maio, adaptando o conceito de manifestação às condições laborais do século XXI em que as economias ocidentais assentam sobretudo no trabalho precário e flexível. O sucesso do EuroMayday2 acabou por superar as iniciativas lideradas por sindicatos: a primeira edição, em 2001, reuniu cinco mil participantes em Milão, ao passo que a terceira, em 2003, conseguiu congregar 50 mil pessoas na mesma cidade italiana. Posteriormente, a iniciativa alargou-se a Barcelona tendo-se depois difundido para o resto da Europa, tendo a edição de 2005 abarcado 19 cidades do continente. Brian Holmes descreve um pouco o ambiente que se vai viendo ao longo das ruas durante estes eventos:

Dançarinos com écharpes de plumas rosa que entram numa loja Zara para sabotear o comércio da moda; trabalhadores africanos que envergam máscaras brancas que têm escrito "invísivel"; um boneco gigante representando os diferentes tipos de empregos temporários ("escravos" dos call-centers; entregadores de pizzas; operários da construção civil que recebem ao dia), Uma enorme faixa verde envolve a parte lateral de um camião que transporta uma aparelhagem sonora por entre a multidão: "A metrópole é uma besta: cultiva a micropolítica da resistência". Um dos cartazes do evento exibe um contorcionista de um circo antiquado - uma alegoria do trabalhador flexível na sociedade do espectáculo" (idem).

Para além de desenvolver uma "linguagem estética sob a forma de um território de expressão, o EuroMayDay reinvidica um conjunto de garantias mínimas de modo a tornar o trabalho flexível numa actividade digna e viável: "um ambiente urbano não-poluído; habitação e cuidados de saúde generalizados; educação pública de qualidade; acesso às ferramentas de produção de informação - mas também ao tempo e aos espaços necessários para a produção social e afectiva" (idem). Os trabalhadores precários ou atípicos exigem assim um novo regime de segurança social que os protega sem renunciar à flexibilidade, a "flexigurança", como é designada por Marcello Tari e IIaria Vanni3. Do mesmo modo que outros elementos da geração pós-fordista a que pertencem, não procuram obter uma posição permanente e para toda a vida (idem).

Em Fevereiro de 2004, os Chainworkers introduziram uma nova performance, São Precário4, o santo patrono dos precários em substituição do papel tradicional de líder e porta-voz, uma figura com uma história própria que tem surgido de uma forma nomádica em diversas cidades da Itália. Matteo Pasquinelli considera que se trata de uma "estrela pop open-source (tal como o seu percussor Luther Blissett) que funde personagens arquétipas do imaginário colectivo italiano (os santos) com as mais recentes personagens sociais (os trabalhadores temporários)"5. Na medida em que se "apropria da tradição católica italiana de transportar estátuas de santos em procissões nos espaços públicos", este novo héroi é visto por do mesmo ângulo que já abordámos anteriormente: funciona simultaneamente como "um détournement, uma Zona Temporária Autónoma, um carnaval" (Tari e Vanni, 2005). O santo, que também faz milagres, "aparece em espaços públicos durante a realização de comícios, marchas, intervenções, manifestações, festivais de cinema, feiras de moda e, é claro, procissões". A personagem fez as suas primeiras aparições a 29 de Fevereiro - data fixada para o dia desta nova "devoção" -, tendo desde então se multiplicado e materializado em diferentes disfarçes - pois "não privilegia uma classe de precários em relação a outra", tendo também já surgido sob a forma de uma figura feminina (idem). O culto gerou um grande número de seguidores o que levou à criação inclui uma série de acessórios e rituais associados à santidade, como várias e diferentes estátuas que são transportadas em procissões, atributos iconográficos, hagiografia - narrativa biográfica -, uma oração, campo de especialização e até mesmo o seu próprio santuário, numa praia de Lido di Veneza (ibidem).

A capacidade de São Precario se transfomar a qualquer momento num novo imaginário ficou bem patente na sua mutação em Serpica Naro6, um estilista anglo-nipónico "virtual" com um site7 própio de aspecto profissional semelhante aos de outros designers de moda, que conseguiu ser aceite pelos organizadores da Semana da Moda de Milão, sem que estes conhecessem que se tratava de uma farsa. Mesmo antes de desfilar, a figura despertou um grande interesse junto dos media comerciais generalistas e especializados, que eram incentivados por comunicados de imprensa supostamente oriundos de um gabinete de comunicação em Tóquio. Para gerar mais controvérsia, os Chainworkers puseram a circular a informação de que Serpica tinha explorado a comunidade gay japonesa ao copiar e comercializar o seu visual depois de ter proposto uma colaboração com eles. O desfile, realizado a 29 de Fevereiro de 2005, contou com oito modelos concebidos por Serpica abordando o tema da flexibilidade e das condições de trabalho precárias., seguido por uma passagem de modelos criados por jovens estilistas que se recusam a comprometer com o sistema da moda. No final, foi anunciado que Serpica Naro não existia, tendo a performance sido anunciada à comunicação social que divulgou amplamente a história. Matteo Pasquinelli considera que, para além de "ter sido útil na condenação das condições dos trabalhadores precários dentro da indústria italiana da moda", a personagem serviu para "criar uma metamarca - uma marca que engloba outras, como um franchising - aberta que qualquer estilista de 'moda radical' pode empregar". Mais do que uma mera partida, "Serpica Naro é uma versão generosa da Marca Registada" em que "todos podem ser estilistas"; "qualquer um que se identifique com Serpica pode fazer parte dele", pode-se ler no comunicado final elaborado pelos Chainworkers.

Yomango9 foi um dos grupos que elaborou modelos para o desfile de Serpica Naro. Trata-se de um projecto da responsabilidade de Las Agencias10, um colectivo de Barcelona que desenvolve vários projectos tácticos recorrendo a tecnologias digitais para produzir e distribuir fisicamente ou online cartazes, folhetos, autocolantes e vídeos. O nome desta metamarca associa a cadeia espanhola de lojas de roupa Mango com um termo do calão castelhano que pode ser traduzido para "Eu roubo (gamo)". O projecto disponibiliza informação e recursos para promover o furto de roupas e outros produtos comercializados por transnacionais como a Mango, organizando ainda acções colectivas de "gamanço" e jantares "Yomango" para o consumo dos bens alimentares furtados.

aqui

quinta-feira, 20 de março de 2008

.::: Cartoon de Pedro Precário Vieira, original para o MayDayLisboa :::.




segunda-feira, 17 de março de 2008

Assembleia MayDay!!

Assembleia do Mayday!!

Quarta-feira :: 19 de Março :: 21:30

Crew Hassan
*Rua das Portas de Santo Antão, 159 (perto do Coliseu)*


Não faltes!

Até 4ª!

Voltar a jogar

via Spectrum


Tomamos conceitos e agarramos palavras, codificamos assim a praxis diaria com termos que se repetem e que de certa forma reduzem a abrangencia da sua influencia quotidiana. Falar de precariedade é falar de recibos verdes e de contratos temporarios, mas nao so. Assim como lutar contra a precariedade nao se fica por lutar contra a flexibilizaçao dos despedimentos. Ampliando um pouco a visao, digamos sériamente que precaria é a vida em que precisamos de pedir para trabalhar.

ne_travaillez_jamais490p.jpg

Descodificando um pouco mais o fenomeno, vendo onde e como essa estrutura se formou, como ganhou o espaço necessario a sua imposiçao, é bastante obvio concluir que a precariedade, mais do que uma situaçao laboral é uma situaçao de vivencia, omnipresente. Nao é metafisico, na verdade exigimos voltar a viver. Voltar a escolher. A palavra escolher cai aqui bem, toma um sentido de aquisiçao de autonomia, de tomada de decisao. Acima de todas as reflexoes, estamos aqui porque nao acreditamos que a democracia se esgote num preenchimento de cruzes mais pequeno que um totoloto.

mai+68+3.jpg

Analizando entao a abrangencia, e tomando como bagagem a sua construçao, olhando para os tempos nao tao distantes em que foi construida a actualidade e a quem calhou bem este afunilamento do debate, da interacçao entre os varios sectores da sociedade, pomos sobre a mesa que foi a propria desagregaçao da organizaçao, a vitoria em ralenti dos valores individalistas, mascarados como economico-liberais (quando na verdade vinham de grupos oriundos das bancadas mais a direita do espectaculo da representatividade), conservadores portanto. Aqui, pelo contrario, organizamo-nos.

lastoriasiamonoi.jpg

Nao se trata mais de ganhar o debate, agora trata-se infelizmente de ganhar o espaço para ele acontecer. Mais do que tentar ganhar batalhas juridicas nas quais entramos como o elo mais fraco e tendencialmente dependente do mediatismo onde impera o outro lado da barricada, interessa desconstruir a ideia das pseudo-oportunidades, de que esta unica saida, a de um curso universitario na area certa, para a qual ate nos vao alertar com os seus indices sempre tao bem contruidos, é o caminho certo, que é o caminho. Interessa mostrar que essa competitividade que é incentivada desde muito cedo no ensino se transforma em poucos anos numa visao de sucesso individual, numa estrada que se percorre sozinho, na esperança que haja para nos um pequeno buraco, um espaço que ainda nao esteja ocupado, ou em ultimo caso com o nosso trabalho a imperar sobre o dos outros, uma batalha por um lugar confortavel num espaço limitado.Exigimos que se entenda que nao é um lugar ao sol que queremos mas sim o verao para todos. E que, 40 anos depois do Maio que mostrou a praia que ha debaixo do betao, ainda nao paramos para pensar como vamos começar. Interessa construir a nossa Primavera. E continuar...

CheChess.jpg

domingo, 16 de março de 2008

A precariedade congela-nos a vida

Sábado durante a tarde houve mais uma acção de antecipação do MayDay!! Lisboa, os precários saíram à rua e congelaram... foi às 15:30 frente ao Centro Comercial do Chiado, às 16 frente à Brasileira e às 16:30 frente ao MacDonald's do Rossio. Foram acções rápidas que congelaram os precários e as pessoas que passavam na rua que perguntavam o que se passava, algumas identificaram-se.

Fizemos isto porque a precariedade congela a vida de muitas pessoas, todos aqueles que não sabem se terão rendimento amanhã, na próxima semana ou daqui a seis meses, aqueles que são forçados a imigrar clandestinamente, trabalhar clandestinamente e viver clandestinamente, aqueles que são forçados a endividar-se perante a banca, aqueles que têm de esconder a sua orientação sexual. precariedade congela a vida dos que querem ter uma vida minimamente digna e não podem.

Fizemos isto porque a vida é poder, força, energia, reflexão, amor, ódio, imaginação e acção. E isto nunca poderá ser congelado.


sábado, 15 de março de 2008

O MayDay!! não é só em Lisboa

A imagem “http://euromayday.be/IMG/arton90.jpg” contém erros e não pode ser exibida.

http://euromayday.be/

Hasard du calendrier ? Cette année l’Ascension tombe le 1er mai. Or depuis 1950, la ville de Aachen décerne annuellement à cette date "le prix Charlemagne" à une personnalité oeuvrant à la construction de l’identité européenne. Cette année, Angela Merkel recevra ce prix des mains de Nicolas Sarkozy qui la récompense pour l’adoption du nouveau Traité européen. Celui-ci se fonde sur une Europe élitiste car il fait l’impasse sur le double-non (de la Hollande et de la France). Il entérine aussi la précarité des jeunes ainsi que la persécution et l’exploitation des sans-papiers. L’événement glorifie une vision impériale de l’Union européenne, vassal loyal des USA.

Merkel et Sarkozy, cette aigle à deux têtes précipitant le continent dans un état policier, tenteront d’éclipser le sens de la MayDay. Ils font ainsi d’une pierre deux coups. D’une part, ils consolident la forteresse Europe aux dépens des revendications sociales grâce au Traité remanié. D’autre part, ils tentent de déjouer la nature hérétique de la Journée du 1er mai, symbole de la tradition anarcho-socialiste.

Nous, précaires européens rassemblés dans le réseau Euromayday, fier/es héritiers/es de cette tradition, de l’utopie sociale et du mouvement global, ne pouvons accepter que la MayDay vire à la mise en scène ampoulée. Nous méprisons le spectacle de ces deux souverains en manque de crédibilité rêvant de voler vers le panthéon des célébrités chrétiennes et atlantistes. Nous rejetons Charlemagne comme symbole de l’Europe nationaliste et occidentaliste, et nous dénonçons le néoliberalisme de la commission Barroso.

Chaque jour, nous luttons dans nos villes pour l’auto-organisation et le développement de communautés durables, contre la précarisation et l’exclusion causées par l’assaut des multinationales et des élites financières malhonnêtes, avec la complicité de nos gouvernants.

Forcé de vivre dans l’enfer de la précarité, nous allons saboter le paradis des élites européennes. Nous appelons les intérimaires et intermittents, les sans emploi, les sans qualités, les sans revenus, les sans papiers et les sans toit à venir nous rejoindre à Aachen.

En nous rassemblant, nous sommes forts de ce que nous inventons ensemble. Le 1er mai, nous décernons le prix de cette création quotidienne :

à toutes celles et ceux qui nient les frontières à toutes celles et ceux qui, partout en Europe cachent et aident des migrants ; sabotent les centres fermés, à toutes celles et ceux qui ouvrent et font vivre squats et centres sociaux, à toutes celles et ceux qui développent culture digitale, peer-to-peer et free softwares, à toutes celles et ceux qui font de la haute-voltige pour terminer les fins de mois et payer toutes les factures ; à toutes celles et ceux qui courent à bout de souffle pour éduquer, loger et nourrir leurs enfants, seul/es et sans aide sociale suffisante ; à toutes celles et ceux qui hoaxent les plans maléfiques des marchands de travail, des entrepreneurs du béton et des trous de gruyère, à toutes celles et ceux qui défont les pièges de la désinformation ; créent leurs medias et prennent l’information en main, à toutes celles et ceux qui refusent que la sexualité soit affaire privée et luttent contre les normes hétérosexuelles et à toutes celles et ceux qui défileront dans les Mayday parades d’Europe et d’ailleurs ..


sexta-feira, 14 de março de 2008

ACÇÃO MAYDAY!!

SÁBADO 15 Março :: 15h :: METRO Baixa Chiado/Brasileira

.:: A PRECARIDADE CONGELA-NOS A VIDA ::.


A Organização do MayDay 2008 apela à concentração do maior número de precári@s possível para a realização da acção PARAR A PRECARIEDADE - porque a precariedade congela a vida de muit@s de nós, nos call-centers, nas escolas, nos estágios, nos recibos-verdes, na ilegalidade sem direitos, no desemprego, nos contratos renovados de semana a semana...


Traz contigo um Pin, um Boné, um Jornal, uma T-shirt, um autocolante, uma mala, um saco, UM PAPEL! Qualquer coisa que tenha a frase que denuncie:


"A PRECARIEDADE CONGELA-NOS A VIDA"
"SOU UM TRABALHADOR PRECÁRIO"


Será feito um video da acção. Aparece e passa a mensagem!

Este Sábado o Precariado Rebela-se!

quinta-feira, 13 de março de 2008

:::: A não perder!


::: @s Precári@s-Infléxiveis e o FERVE – Fartos/as d’Estes Recibos Verdes ::: estarão hoje no “Tardes da Júlia”, emitido pela TVI, entre as 14h00 e as 17h00.
Entre outros assuntos, este programa irá debater a precariedade laboral que afecta mais de um milhão de trabalhadores/as em Portugal.
O FERVE estará representado pelo seu co-fundador, André Soares.
O PI terá em cena Rui Vieira.



quarta-feira, 5 de março de 2008

Assembleia MayDay Lisboa 2008 :: Crew Hassan, dia 12/03 às 21 horas

Olá, amigos e amigas!


Depois de alguma actividade inicial e de já termos reunido duas Assembleias, o MayDay Lisboa 2008 não pára!

As acções continuam e há mais a ser pensadas e preparadas! Há materiais para ir pensando e fazendo! Vamos começar a preparar o dia da parada e uma grande iniciativa para Abril!

Resumindo: é preciso cada vez mais gente para fazer uma grande parada MayDay!

*Assembleia MayDay Lisboa 2008*
* *
*dia 12/03, às 21 horas, na Cooperativa Cultural Crew Hassan*
*Rua das Portas de Santo Antão, 159 (perto do Coliseu)*


*Não faltes!*
**
*Até 4ª!
*

domingo, 2 de março de 2008

Já atribuídos os novos Certificados de Precariedade

A expectativa foi grande e já saíram as novas Certificações de Precariedade. Para todos os gestores, directores e administradores de empresas que usam de alguma forma a precariedade da vida dos outros para pagar a gasolina do seu automóvel, não desesperem nem percam a esperança, o Mayday está aí para certificar aqueles que o merecem.


E ainda a Certificação vai no adro...

sábado, 1 de março de 2008

Estudante Universitário rima com trabalho precário... nas palavras e na vida, infelizmente.

Sou precário, acordo todos os dias apressado, atarefado com horários quase impossíveis de cumprir. A corrida começa ao acordar. Sair de casa e entrar nos transportes públicos sempre caóticos e atrasados, chegar atrasado á faculdade para uma aula que nunca desejei, mas que é obrigatória. Saltar de sala em sala e ter apenas 30 minutos para almoçar.

É fim da tarde, acabaram as aulas, e já levo uns quantos trabalhos para fazer em casa. Mas eu vou para casa? Não. Vou ter uma acção de formação (sem remuneração), para que possa entrar num trabalho em part-time, e assim conseguir pagar os 3000€ de propina anual da minha faculdade que se diz pública, e pagar também o aluguer do meu quarto em Lisboa. Relembro o tempo em que a licenciatura durava 5 anos e a propina anual correspondia ao ordenado mínimo (2002). Era bem mais fácil... Maldito processo de Bolonha, trocou-me o nome de Licenciado por Mestre a troco de 3000€ anuais!

A noite chegou e já vai longa, vou agora jantar e vou-me deitar, porque não tenho cabeça para mais. Ficam os trabalhos da faculdade por fazer... Espero conseguir obter frequência e poder fazer as cadeiras por exame.

Deitei-me...

Mas apesar do cansaço, as preocupações deixam-me inquieto e na impossibilidade de dormir. Penso: Amanhã começo a trabalhar. São mais 4 horas de trabalho diário para acrescentar ao tempo de aulas e estudo, e como se não chegasse, o meu trabalho será mal valorizado. Não me resta tempo para outra actividade além do trabalho e do estudo. Quem sou eu? Quanto tempo demorarei a acabar o meu curso nestas condições? Quem me dera ter uma bolsa de estudos... mas estas estão a acabar e a ser substituídas por empréstimos... Estou a desesperar de tal modo que até já gostei menos do Totta, banco que “oferece” empréstimos aos alunos desesperados como eu, e que até já me impingiu uma conta bancária para poder ter um cartão de estudante. Talvez não seja má ideia o empréstimo! Mas depois fico hipotecado o resto da minha vida, com um curso para pagar, uma casa, um carro, ... e um trabalho precário que exige um curso universitário.

Amanhã chegarei atrasado às aulas novamente...

Ricardo Vicente, estudante universitário e activista do ]MOVE[ (movimento aberto por outra vida na Escola - Instituto Superior de Agronomia, www.move-aberto.blogspot.com)