quinta-feira, 16 de outubro de 2008

um novo filme do MayDay 2008

com imagens da Festa no Ateneu e da parada MayDay Lisboa, que partiu do Largo de Camões em direcção à Alameda

domingo, 11 de maio de 2008

Assembleia de Balanço do MayDay 2008

Assembleia MayDay!!
Quarta :: 14 de Maio :: 21:30h
Depois da parada chega a hora de fazer o precioso balanço.
A tua presença é importante!
Cooperativa Cultural Crew Hassan
Rua das Portas de Santo Antão, 159 (perto Coliseu)
Divulga já pelos teus contactos!!

Não faltes!

Até Quarta!

quarta-feira, 7 de maio de 2008

Vídeos MayDay!!

Aqui estão alguns vídeos que nos têm chegado:



sexta-feira, 2 de maio de 2008

MayDay Lisboa 2008 junta mil vontades para contra-atacar a precariedade!



A segunda edição do MayDay Lisboa juntou ontem cerca de mil pessoas. Muita alegria, muita imaginação e a satisfação de ter sido possível fazer uma iniciativa rica e participada com as mãos e as cabeças de precári@s não-profissionais e não-conformad@s. Muita gente: muita gente que quis fazer este percurso de meses, que partilhou as ideias, a inquietação, o esforço e a alegria de dar visibilidade e mobilizar para a recusa da precariedade.

Mas o alarme tem que continuar a soar. Todos os dias, porque todos os dias são dias precários. Sabemos que ainda temos quase tudo para conquistar, mas um ano depois já não estamos no mesmo sítio. O precariado está aí para dar a volta à precariedade.

Precári@s nos querem!

Rebeldes nos terão!

MayDay!! MayDay!!



quarta-feira, 30 de abril de 2008

MayDay!! no Sapo

terça-feira, 29 de abril de 2008

Tod@s à parada MayDay Lisboa 2008!!

MayDay Lisboa 2008

Parada MayDay :: 1º de Maio :: Dia d@ Trabalhador/a


O MayDay é uma parada de precári@s que vem marcando o 1º de Maio em várias cidades por esse mundo fora, desde da estreia em 2001, em Milão. Depois da primeira edição no ano passado, o MayDay Lisboa está de volta!

Uma organização aberta a tod@s permitiu continuar o nosso percurso de visibilidade e mobilização. Acções públicas, debates, festas e muita gente a juntar-se para fazer uma parada mobilizadora, onde a imaginação transforma a rua num espaço em que desfila a alegria da recusa de uma vida aos bocados. Na parada MayDay cabemos tod@s: mais nov@s e mais velh@s, operadores de call-center, "caixas" de supermercado, cientistas a bolsa, intermitentes, desempregad@s, estagiári@s, contratad@s a prazo, estudantes que vivem ou pressentem a precariedade, …



:: Concentração no Largo Camões (metro Baixa / Chiado), a partir das 13 horas, para pic-nic e animação ::

:: Partida às 15 horas em direcção ao Martim Moniz ::

:: Desfile com a Manifestação do Dia d@ Trabalhador/a ::




Esta parada depende de tod@s nós! Passa a palavra do precariado em luta!
É urgente! A 1 de Maio soamos o alarme!


MayDay!! MayDay!!
O precariado contra-ataca!!

Amanhã estaremos aqui a apelar ao MAYDAY!!!! Até quinta!

Debate de apelo ao MayDay!! às 20:00

A imagem “http://amadeo.blog.com/repository/856333/3116452.gif” contém erros e não pode ser exibida.


PRECÁRI@S NOS QUEREM, REBELDES NOS TERÃO!! ATÉ 5.ºF!!


segunda-feira, 28 de abril de 2008

Artigo de Mário Contumélias no JN

Descartáveis


Mário Contumélias, Docente universitário


Eles e elas estão aí e são cada vez em maior número. Constituem a nova classe de trabalhadores, criada pela economia capitalista. Depois dos "proletários" das fábricas, eis agora os "precários", do comércio e dos serviços. Para mal da sua ausência de pecado, não passam de trabalhadores "descartáveis", tipo usar e deitar fora, com baixos salários, sujeitos a grande rotatividade e total insegurança, impedidos de se projectarem no futuro.

São os filhos bastardos no neoliberalismo, o produto perverso da flexisegurança. Configuram uma nova forma de exclusão de uma vida plena que nos é apresentada como uma inevitabilidade do mundo moderno, como se, por detrás da sua existência, não estivessem decisões propriamente políticas e económicas.

Uns são mais jovens, outros mais velhos. Muitos têm formação académica, mas são forçados a escondê-la para conseguirem um posto de trabalho numa caixa de hipermercado, ou agarrados ao telefone de um qualquer call-center. São empregados intermitentes, contratados a prazo com salários insuficientes, estagiários sem remuneração. E, para agravar a situação, são todos igualmente órfãos do finado Estado social.

Mas os trabalhadores "precários" não são um facto exclusivamente português, antes constituem um fenómeno transversal às sociedades da dita modernidade globalizada. E têm consciência, de um modo crescente, da sua dramática condição social. Por isso, constituíram um movimento que atravessa a União Económica Europeia, e que se iniciou em Milão, no ano de 2001.

Esse movimento dá pelo nome de "Mayday", palavra que envolve, ao mesmo tempo, dois significados simbólicos. Por um lado, trata-se de uma palavra-código, internacionalmente usada como pedido de socorro, em caso de perigo extremo. Por outro, refere-se ao dia 1 de Maio, em que, por esse mundo fora, os trabalhadores celebram as conquistas de direitos universais, hoje em declínio acentuado.

Por toda a Europa, "Mayday" é assinalado com uma parada de "precários", iniciativa que chegou a Lisboa no ano passado. Este ano, em Portugal, o movimento fez já assembleias, acções públicas, festas. No próximo primeiro de Maio, aderentes e simpatizantes do "Mayday", juntar-se-ão, na rua, "contra a exploração" e "o emagrecimento dos apoios sociais e à habitação", assim "continuando o percurso de mobilização e visibilidade".

Os "precários" portugueses, tal como os de outros países, sentem-se "empurrados para o conformismo e para a resignação", mas nem por isso deixam de resistir à "desigual condição" em que vivem. E dizem, com razão, que "não tem de ser assim".

Num mundo marcado por um capitalismo desregrado e selvagem, num país pretensamente governado à esquerda, junto a minha voz à deles "Mayday! Mayday! Mayday!".

"Precários" somos todos nós, os nossos filhos, os nossos netos. A precariedade em que vivemos não é um desígnio de Deus, nem um cataclismo natural. É, apenas e só, um dos mais abjectos vómitos da iniquidade social que desumaniza o mundo em que vivemos. E chegou a altura de dizer basta!´

Mário Contumélias escreve no JN, quinzenalmente, às sextas-feiras

domingo, 27 de abril de 2008

A revisão do Código de Trabalho, a precariedade e o precariado

“Contratos a prazo vão sair mais caros às empresas”, “Trabalho precário sai mais caro a empresas” ou “Patrões vão pagar caro recibos verdes”. São capas da manhã de 4ª feira passada, 23/04, o dia seguinte ao início da concertação social para revisão do Código de Trabalho. O Governo garantiu na imprensa o essencial da sua propaganda, de uma forma segura ao ponto dos títulos dos diferentes jornais serem quase indistinguíveis. Uma vitória de Sócrates, Vieira da Silva e companhia, pode pensar-se. Mas, enquanto olhamos com olhos de ver paras as propostas do Governo, já sabemos uma coisa: há um outro lado da moeda da precariedade – o precariado está aí e o Governo já tem que lhe responder.

Algumas propostas do Governo, entre a propaganda e a realidade:


Os patrões passam a pagar 5% da Segurança Social dos trabalhadores independentes. Ou seja, dos trabalhadores a recibos verdes. Responsabilizar em parte os patrões, diz o Governo. A folga dos patrões e, sobretudo, a irresponsabilidade do Estado continua: os trabalhadores a recibos verdes pagam 95% da contribuição para a Segurança Social, mas não têm direito, por exemplo, a subsídio de desemprego!


Alargamento da licença parental. Supostamente, passa a ser possível articular entre pai e mãe um ano para olhar pelos filhos. Mas para “conciliar a vida profissional e pessoal” é preciso ter um/a companheir@ e, sobretudo, ter um bom ordenado, porque os últimos meses terão que ser passados apenas com 25% do vencimento.


Contratos a prazo passam a ter limite de 3 anos. O limite era de 6 anos, é verdade. Mas não vale a pena tentar enganar: este mesmo Vieira da Silva, em 2002, na sua passagem pelo Governo de Guterres, reduziu aquele limite para 1 ano. Não há nada de corajoso neste novo limite. 3 anos a prazo é bom? Só se for no Governo…

Taxa Social Única (TSU) para empresas dependente dos vínculos laborais. Os patrões passam a pagar menos 1% de TSU, mas pagarão 3% mais se tiverem “uma percentagem significativa” de trabalhadores com contratos a termo.

Facilitação dos despedimentos, “adaptabilidade”, num país em que, nas palavras do próprio Veira da Silva “se hoje fosse difícil despedir em Portugal, não haveria o nível de desemprego que existe”.



Ontem, num encontro com militantes do PS em Vila Franca de Xira, Sócrates demonstrou pressentir que ainda tem muita gente para convencer. Garantiu que “nenhum Governo antes de nós atacou os contratos a prazo”, afirmando-se “preocupado com os recibos verdes”. Mas, entusiasmado, depois de atacar violentamente quem não concorda com as propostas do Governo, lá deixou soltar que “as convenções colectivas de trabalho são um atraso de vida! Um atraso de vida!”.

A precariedade é a proposta do Governo. Para lá dos rebuçados e da propaganda, é o que sobra. Bagão Félix, autor do Código anterior, até se permite dizer que “em alguns aspectos, se está a ir longe de mais”. Os patrões nem piam, à espera que a coisa passe para galgar mais qualquer coisa. Os “comentandores” insistem sobre a necessidade de flexibilizar as leis laborais, mas lá têm uma palavra de apreço para a triste sina dos recibos verdes e similares. É este o “consenso alargado” que Vieira da Silva diz esperar – o consenso dos privilegiados, que urram inevitabilidades e pedem mais um bocadinho das nossas vidas.

Maio está aí. E o precariado também. Precisamos de acumular gente e forças para dar a volta à precariedade. Com imaginação e com a alegria dos inquietos, o precariado contra-ataca a 1 de Maio. MayDay!! MayDay!!

Tiago Gillot

quinta-feira, 24 de abril de 2008

Uma parada feita com as nossas mãos!

Sessão de trabalho para produção de materiais para a parada!

Centro Social da Mouraria :: Domingo, 27/04, a partir das 15 horas

:: Grupo Desportivo da Mouraria :: Travessa da Nazaré, 21 - 1º, em Lisboa ::

(se precisares de ajuda para localizar o C S da Mouraria, envia-nos um mail!)



Maio está aí! @s precári@s também!

MayDay!! MayDay!!

Precários Inflexíveis agradecem ao Sr. Ministro..

via Precários Inflexíveis

Precariedade, controlo social e transversalidade das lutas

via Panteras Rosa

Que a precariedade congela vidas não é segredo. Que os recibos verdes e a figura do "acto isolado" são usados indevidamente por certos "patrões" também não. E é do conhecimento geral que o outsourcing é usado, mais do para contratar serviços especializados, para fugir a maçadas como os seguros de trabalho, as contribuições para a segurança social, a medicina no trabalho, a gestão de férias...
Mas os vínculos laborais precários têm outra dimensão: podem ser instrumentos de controlo social.

Nas (raras) empresas de tendência quem acorda trabalhar na empresa sabe que irá trabalhar dentro de um conjunto de princípios orientadores já definidos. São disso exemplo a Rádio Renascença ou certas escolas religiosas. Contudo a maioria das empresas é criada tendo (oficialmente) apenas o lucro como único objectivo. Mas entre o "oficial" e o real por vezes vai uma grande distância. Empresas há que implementam políticas ilegais (lembram‑se daquele banco do Jardim Gonçalves que não contratava mulheres?) e acontece por vezes que, mesmo que a direcção da empresa não o faça, essas políticas são decididas e implementadas por chefes de departamentos ou secções da empresa. Independentemente do nível hierárquico de onde emanam tais políticas é evidente que os vínculos precários fragilizam @s trabalhadoras/es que delas sejam alvo.

Concretizando num exemplo: a empresa ABC contrata a Rute (a termo, claro) para trabalhar no call‑center da empresa XPTO; a Rute trabalha sob a direcção do Zé; o Zé embirra com a Rute e quando o contrato chega ao fim já o Zé preparou um bonito relatório com motivos para que o contrato da Rute não seja renovado (fazendo com que as falhas da Rute pareçam mais ou piores que as de colegas que não produzem tanto nem tão bem). Na verdade o Zé resolveu usar o seu poder para a "castigar" porque a Rute tem uma argola no nariz, ou porque usa rastas, ou porque é fufa, ou monhé, ou vesga, ou... O importante é que quem contratou a Rute até poderia estar a pensar usar (indevidamente) os contratos a termo durante um período experimental alargado oferecendo‑lhe um vínculo sem termo ao fim de 2 anos – mas o vínculo precário da Rute permitiu que o Zé, motivado pelos seus preconceitos, lhe "fizesse a cama".

No exemplo acima a iniciativa parte de um funcionário, chefe da trabalhadora. Mas como se percebe a coisa pode assumir proporções de política (ilegal) da empresa e a precariedade do vínculo permite fazer imposições injustificáveis à(o)s trabalhadoras/es. Quem não calar e consentir, quem não se "adaptar" vai para a rua, é só esperar que o contrato chegue ao seu termo.

Os vínculos laborais precários podem ser (e por vezes são‑no mesmo) meios para a marginalização de pessoas contra quem os preconceitos sejam mais arreigados – por exemplo, pessoas transexuais (e outras "ameaças" ao modelo dicotómico de género do sistema sócio‑legal dominante) ou pessoas de etnia cigana (que, não representando qualquer "ameaça" concreta, inspiram um temor irracional a muita gente).

O preconceito alimenta‑se da ignorância. Contudo, enquanto o discurso politicamente correcto enche a boca com a “sociedade da informação”, pouco se faz para alterar o rumo da aparente "conspiração de estúpidos". A terciarização da economia é ilogicamente acompanhada por reformas do ensino técnico‑profissional que não respondem às necessidades da sociedade (não confundir com as necessidades do mercado!), pela desarticulação entre ensino secundário e universitário e pela diminuição do investimento nas áreas que menos interessam às empresas dominantes – como as ciências soft, apesar da sua importância para o estudo e aperfeiçoamento da organização social e económica e para o aproveitamento sustentado e sustentável dos recursos naturais e humanos. Nem as matemáticas se salvam – quando numa economia terciarizada o lógico seria ver empresas de transportes, por exemplo, organizando e financiando pólos de I&D sectoriais, investindo na investigação operacional ou na contratação de matemátic@s para "análise de pior caso".

A miopia e impunidade de quem legisla/governa/julga, o uso do aparelho de estado para servir interesses económicos privados, o insuficiente número de agentes de fiscalização e a sua deficiente (nalgumas áreas) formação, a dificuldade de prova, as (consequentemente) raras penalizações perfeitamente suportáveis pelos grandes grupos empresariais, a corrosão da solidariedade entre trabalhadoras/es pelo seu estrangulamento financeiro, a simples falta de tempo para a intervenção cívica e política (partidária ou não, no "sistema" ou em alternativa a este) – tudo isto contribui para a manutenção, quando não para o agravamento (para @s precári@s, claro) do estado de coisas.

É pois evidente que a precariedade permite a prática (discreta, mas activa) de discriminação negativa, contribuindo para a instabilidade económica e a exclusão social das pessoas discriminadas. O que até é ilegal, mas se a lei não fosse tantas e tantas vezes letra morta não haveria MayDay, nem Precári@s INflexíveis, nem FERVE, nem movimentos LBGT+, feministas, paritários, anti‑racistas, laicistas...

A luta contras os preconceitos e discriminações é transversal às suas múltiplas dimensões (é totó crer que se pode combater o racismo sem combater a transfobia ou combater a discriminação com base na deficiência sem combater o sexismo) e é igualmente indissociável das lutas por outra forma de organização social.
Uma organização em que a sociedade seja participativa e participada, transparente, sensível, solidária, etológica, empática e “compaixonada”, informativa e informada; onde a exploração do que é de tod@s (como os recursos naturais, o ambiente natural, patrimonial e urbano, os conhecimentos, ideias e algoritmos) não sirva apenas alguns; onde a exploração, a precariedade e a exclusão sejam erradicadas.

É por isto que os movimentos sociais que pretendam um mundo melhor devem estar no MayDay e é por isto que o MayDay deve estar nos restantes movimentos sociais. A pluralidade, o diálogo e a solidariedade fazem a força!

quarta-feira, 23 de abril de 2008

Assembleia MAYDAY

Assembleia MayDay!!
HOJE! Quarta :: 23 de Abril :: 21h
Cooperativa Cultural Crew Hassan Rua das Portas de Santo Antão, 159 (perto Coliseu)
Divulga já pelos teus contactos!!
Não faltes!
Até já!

terça-feira, 22 de abril de 2008

Desta vez a festa é em Coimbra!!

segunda-feira, 21 de abril de 2008

Muit@s Precári@s à Solta na Festa MayDay!!

Muitas, muitas centenas de pessoas estiveram no passado sábado no Ateneu. A Festa MayDay “Precári@s à Solta” correspondeu às melhores expectativas dos muitos contributos necessários para a organizar. Muita gente respondeu ao apelo: festejar a recusa da precariedade e pensar respostas, colectivamente.



Primeiro, a projecção vários filmes: mobilizações, denúncias e intervenções, cá e lá fora. Depois, as músicas de Pedro e Diana, Ana Deus, Loja das Conveniências e Micro Sapiens. Noite dentro, durante toda a festa, a zona de “workshop” permitiu a muita gente pôr ideias em materiais – muitos ficarão, certamente, para a parada! Um programa cheio, porque muita gente quis participar nele e contribuir para uma festa em que o apelo à mobilização se procurou tanto nas actividades e performances como na forma de as fazer.

Valeu a pena o esforço de construir uma festa com as nossas mãos, sem patrocínios nem profissionais. A imaginação precária e a vontade de mudar as nossas vidas está a juntar a energia que precisamos para um MayDay Lisboa ainda mais participado e interventivo do que o ano passado. No pouco tempo que falta, dedicamos todo o empenho na divulgação da parada. Mas agora com muito mais confiança, porque sabemos que somos mais. MayDay!! MayDay!!


sexta-feira, 18 de abril de 2008

Conversa / Debate
"A Precariedade: contornos, experiências e respostas"
19 de Abril (sábado) pelas 17h na Crew Hassan
(Rua das Portas de Stº Antão, 159; próximo do Coliseu).

O grupo responsável pela organização do MayDay 2008 encontra-se a organizar conjuntamente com a Solidariedade Imigrante, um debate/conversa a decorrer no âmbito do Festival ImigrArte. O tema é a precariedade enquanto fenómeno social, cujos contornos determinam as mais variadas esferas da vida, não só o trabalho, mas também a educação, a habitação, a saúde, a sexualidade, o género, a cor da pele. Estas manifestam-se num processo de selecção social, em que uma pequeníssima parte é vencedora, enquanto a grande maioria é condenada a uma derrota que se eterniza no dia-a-dia.


Para tal, decidimos convidar vários indivíduos e associações a participar nesse debate/conversa, tentando assim reunir relatos das suas experiências enquanto pessoas que vivem a precariedade, mas que todos os dias tentam criar respostas a esse problema.


Não haverá mesa. Todas as pessoas que participarem serão convidadas especiais.



FESTA MAYDAY!!


Festa MayDay :: Precári@s à Solta

Ateneu Comercial de Lisboa, Rua das Portas de Santo Antão (perto do Coliseu de Lisboa)

Sábado, 19 de Abril, 21h30

F
estejar a revolta do precariado
Estarmos juntos para termos mais força
Saltar, dançar, cantar, beber, ouvir, conversar à solta
Trazer alegria para a luta
Acumular energias para o MayDay


.:: Espectaculares concertos :: Fantásticas performances :: Inventivos workshops :: Animad@s dj's ::.


A entrada é uma moeda, mas ninguém fica à porta!

MayDay!! MayDay!!

quinta-feira, 17 de abril de 2008

Precariedade em debate nas Caldas da Rainha


Os “2º Encontros Mal Empregados”, organizados pelo MayDay Lisboa 2008 e pela associação Conselho da Cidade (conselhocidade@gmail.com), juntaram ontem (dia 16/04) algumas dezenas de pessoas para uma tarde / noite de conversas e convívio, bem no centro das Caldas da Rainha.

Foi mais uma iniciativa para espalhar a urgência de debate e acção contra a precariedade e dar a conhecer a parada MayDay. Depois de uma conversa participada e alguns testemunhos, Pedro e Diana animaram a noite com músicas que ameaçam ser usadas por vozes precárias em protesto!

Na próxima 6ª feira, dia 18, o MayDay Lisboa 2008 chega a Coimbra! Se puderes, aparece na Casa Municipal da Cultura a partir das 21h30. MayDay!! MayDay!!

quarta-feira, 16 de abril de 2008

A precariedade toca a todos

“A precariedade é a condição social do novo século”. Diz o panfleto que apela à participação no MayDay Lisboa 2008 e é verdade. No trabalho e na vida toda, a precariedade não escolhe fronteiras. E também não é apenas, cada vez menos, um quebra-cabeças de uma nova geração de trabalhadores ou simplesmente “aquele problema da malta dos recibos verdes e contratados a prazo”. A vida prova-nos isto todos os dias. Vale a pena olhar para exemplos recentes.

Os trabalhadores da Yazaki Saltano e da Delphi estão ameaçados de despedimento colectivo, apesar de trabalharem há dezenas de anos, com contratos estáveis, para aquelas empresas – empresas que, diga-se, beneficiaram de todas as vantagens e incentivos e agora “deslocalizam” sem passar cavaco, para intensificarem a exploração mais a leste. Despedimentos colectivos passam também a ser novidade no Estado, com o novo Regime de Contrato de Trabalho na Função Pública proposto pelo Governo. Numa semana que já não estava famosa, tivemos que ouvir Augusto Morais, dirigente da Associação Nacional de Pequenas e Médias Empresas, “ameaçar” não “criar mais postos de trabalho” a partir de Junho, se o Governo não reduzir a carga fiscal e implementar a flexigurança. É também importante sublinhar solidariedade com Pedro Jorge, electricista e dirigente sindical que, por ter denunciado, no programa “Prós e Contras”, as condições do seu trabalho na empresa Cerâmica Torrense, enfrenta um processo disciplinar.

O que une estas notícias é o contexto social e político de chantagem generalizada – um “clima” que não escolhe quem ameaça.

No dia 1 de Maio colocamos a imaginação ao serviço da revolta contra a chantagem da precariedade. Continuamos o nosso percurso de visibilidade e mobilização, conscientes de que apenas estamos a começar. Fazemo-lo, também, com todos os trabalhadores, porque a exploração e a precariedade tocam a todos. As ruas de Lisboa contarão certamente com muitos milhares que não querem viver assim. Entre o Largo Camões e a Alameda, festejaremos o 1º de Maio! Contamos contigo?
Tiago Gillot

segunda-feira, 14 de abril de 2008

Debate Mayday!! em Coimbra

sábado, 12 de abril de 2008

assembleia MayDay!!

Assembleia MayDay!!

Domingo :: 13 de Abril :: 17h
Se puderes aparecer mais cedo, juntamo-nos às 15 horas, para fazer materiais para a Festa MayDay e para a parada!!
Cooperativa Cultural Crew Hassan
Rua das Portas de Santo Antão, 159 (perto Coliseu)
Divulga já pelos teus contactos!!

Não faltes!

Até Domingo!

quinta-feira, 10 de abril de 2008

Provedor Trabalho Temporário

Mais um filme contributo para o MayDay!!


quarta-feira, 9 de abril de 2008

Encontros Mal Empregados 2 :: MayDay_Caldas!!


:: MayMay, MayDay ::
:: O Precariado a rebelar-se nas Caldas da Rainha!! ::

terça-feira, 8 de abril de 2008

A não perder!! Cinemalfa :: Ciclo Cinema :::: Trabalho ::





O Cinemalfa organiza, nas próximas Quintas deste mês:
Ciclo de Cinema sobre o tema do Trabalho
:: 10 :: 17 :: 24 Abril
Inicio das sessões às 21h30
Rua dos Fanqueiros, 286, 1°, Lisboa


sexta-feira, 4 de abril de 2008

Assembleia MayDay!!

Domingo :: 6 de Abril :: 17h (pontualíssimas!!!)

Cooperativa Cultural Crew Hassan
Rua das Portas de Santo Antão, 159 (perto Coliseu)


Divulga já pelos teus contactos!!


Não faltes!


Até Domingo!

Vídeos Precários

Atenção Precários,

têm à disposição uma grande Colectânea de Videos Precários <<<

Os MayDay pelo mundo fora, o trabalho precário, os recibos verdes, os FERVE, os PI, os Intermitentes, porta65 fechada, e muito mais.

disponível no YouTube MayDay.

Divulguem-nos!

domingo, 30 de março de 2008

Campanha sticker MayDay!! :: junta o sticker ao teu blog e apoia o MayDay!!



O MayDay!! está aí

Junta o sticker em anexo ao teu blog e apoia o MayDay!!

Esta semana entramos em Abril e falta um mês para o dia 1 de Maio. É hora de começar a ultimar a chamada MayDay!! e preparar a parada do precariado. O MayDay!! lança hoje um sticker para divulgar na internet para que a parada tome conta da blogosfera e dos outros sítios. Junta ao teu blogue, hi5, MySpace e divulga pelos teus contactos.

Linka: www.maydaylisboa.net


E a precariedade está presente em muitos espaços das nossas vidas: quando o teu patrão recebe milhares e tu não tens dinheiro que chegue até ao fim do mês, quando trabalhas 10 horas por dia mas não sabes se vais ter emprego na próxima semana, quando o ensino superior está comprometido com interesses económicos e só estudas se puderes pagar (muito!), quando as rendas são tão altas que a tua independência é impossível, quando a cultura é para tão poucos, quando tens que viver e trabalhar clandestinamente e sem acesso aos direitos mais básicos, quando os cuidados de saúde públicos desaparecem da tua área, quando, pelo simples facto de seres mulher, recebes menos que O teu colega de trabalho, quando tens que esconder os teus afectos e relações…

O Mayday!! é a revolta contra tudo isto no dia 1 de Maio. Com força. Com acção. Com alegria.

É juntar pessoas muito diferentes em torno de uma vontade comum: Viver! Não sobreviver.


quinta-feira, 27 de março de 2008

Vídeos MayDay!!

envia os teus vídeos para maydaylisboa@gmail.com

:: Manif Interjovem :: 28 Março : Jovens precári@s manifestam-se!! ::





quarta-feira, 26 de março de 2008

5a Assembleia MayDay!!

Assembleia do Mayday!!

Hoje :: quarta-feira :: 26 de Março :: 21:30


Crew Hassan
*Rua das Portas de Santo Antão, 159 (perto do Coliseu)*

Não faltes!


terça-feira, 25 de março de 2008

Brevemente....Precári@s nas Caldas

A imagem “http://upload.wikimedia.org/wikipedia/commons/e/e3/Zepovinho.jpg” contém erros e não pode ser exibida.


Desde a organização do MAYDAY do ano passado, os grupos Precários Inflexíveis e FERVE não pararam de agir, reunir, dar entrevistas, recolher testemunhos e estarem atentos às irregularidades laborais. A questão da precariedade deve estar presente todos os dias para podermos saber o que é, o que se passa e como é que devemos exigir aos nossos dirigentes que se debrucem seriamente sobre este problema cada vez mais premente.

Devido à abrangência da precariedade, isto é, pelo facto da condição precária atingir vários sectores laborais, fazendo com que não tenha havido uma verdadeira solidariedade, um verdadeiro corpo de precários organizados, há que contemplar o facto que estamos todos ameaçados a maior ou menor prazo! Esta ameaça não é pontual, porque atinge cada vez mais trabalhadores! Esta ameaça não é inócua e não diz respeito apenas a uns quantos! Temos de deixar de pensar em termos particulares. Temos de pensar numa dimensão maior, porque isto vai envolver as gerações futuras!

Devemos exigir direitos que sejam justos! Devemos exigir que sejam contempladas, analisadas e resolvidas todas as questões que envolvem a Segurança Social, a Saúde, os Subsídios de férias, de Desemprego, os assuntos relativos aos compromissos laborais, sociais e fiscais das entidades patronais para com o Trabalhador e o Estado.

Devemos exigir um sistema de descontos na Segurança Social mais equitativo que contemple a situação laboral do trabalhador precário, isto enquanto trabalhador independente/ a recibo verde, e do agregado familiar, assim como a participação das várias entidades patronais que contratam a recibo verde.

Devemos exigir um aumento do limite máximo de rendimentos sem retenção na fonte, nem IRS. Pois, se fizerem contas, o limite para não estar sujeito ao IRS e não estar sujeito à retenção na fonte é de 10 000 euros por ano, contando que o ano tem 12 meses...faz 833,333333333 por mês, tirando os descontos mensais em regime obrigatório, à Segurança Social, fica 681,75€. É preciso não esquecer que há meses em que o trabalhador independente, aquele que trabalha exclusivamente a recibos verdes não tem trabalho. É preciso não esquecer a grande irregularidade de rendimentos de mês para mês, de ano para ano. No entanto, durante esse tempo, tem que continuar a descontar para a Segurança Social (190,97€ no R.A. ou 151,58 € no R.O), tem que poder alimentar-se na mesma, tem todas as contas para pagar, tem todas as despesas inerentes ao bom desempenho do seu trabalho precário.

Pensem em todas as subtracções necessárias a este montante máximo e limite: a quotização mensal para a Segurança Social, a renda, o gás, a água, a electricidade, os transportes e a comida… Mais! Em certos casos, há também que contar as despesas do infantário, do ATL, as despesas necessárias à educação, à saúde. Quanto fica para comer todos os dias? Depois há as despesas quase necessárias hoje em dia, como telefone, internet…Mais o facto de que os precários têm frequentemente que investir em material, carro, deslocações e outras despesas inerentes às funções que desempenham. Todas estas despesas estão a seu cargo, não são descontáveis, pois enquanto trabalhadores independentes no patamar inferior a 10 000 euros anuais, não estão contemplas na declaração de IRS. Alguém pode viver sozinho com alguma contenção com este montante, mas no panorama das mudanças sociais da estrutura familiar actuais, pode viver sozinho com filhos? Pode? Devemos exigir segurança na própria construção de uma vida! É importante a inclusão social dos precários! Porquê? Porque ao agravar esta situação estamos a fazer com que os nossos direitos à estabilidade e à dignidade sejam cada vez mais menosprezados, estamos a deixar que fragilizem todos os trabalhadores e com que os nossos filhos sejam futuros precários...

Devemos exigir direito ao desemprego, direito a subsídios de Natal, de Férias, direito a baixa médica.

Devemos exigir direitos para poder alugar uma casa, pedir um empréstimo, abrir uma conta no banco...

Mas voltemos atrás...Será que sabem o que é um trabalhador precário? Não é alguém que não tem formação. Não é alguém que não seja competente. Não é alguém que não quer trabalho e que não queira trabalhar...pois... és TU, sou EU...são os nossos filhos!

Há que saber que o precário trabalha sempre! Sim! Todos os dias da semana, independentemente de ser feriado, ou fim de semana...Trabalha, trabalha, trabalha mesmo quando não tem trabalho, trabalha! Há que saber que o trabalhador precário não pode ficar doente, não mete baixa, porque não há baixa que lhe valha. Sabem porquê? Porque o precário vive o dia a pensar nas contas a pagar todos os meses, naquilo que vai comer no dia seguinte, ou naquilo que vai poder dar de comer à sua família no dia seguinte... Então quando não tem trabalho, isto é, umas horas aqui, outras acolá, procura ter mais horas aqui e acolá, faz projectos, faz contactos, lima e transcreve currículos, envia cartas e correios electrónicos... O Precário trabalha sempre! Mesmo! O precário não tem férias, pois não tem direito a férias, posto que, se não “trabuca não manduca”, posto que nunca sabe o que vai ser o dia, a semana, o mês seguinte. O precário não sabe de feriados, não faz ferias, não tira uns dias... Não descansa! O precário não tem tempo. Não está contemplado pelas sábias e reveladoras estatísticas do IEFP. O precário é aquilo de que todos os governos sonham! Sabem porquê? Porque não entra nas estatísticas do desemprego, logo não conta. Porque não é um encargo maior para as empresas em que desempenha funções, logo não custa nada, posto que é ele quem paga tudo. Porque a preocupação do dia de amanhã é tão insustentavelmente pesada que o precário não tem tempo para falar com os outros precários, para se organizarem, para fazerem corpo, para exigirem direitos devidos e contemplados por lei, logo não é uma ameaça para o “bom” funcionamento do Estado.


Ana da Palma


segunda-feira, 24 de março de 2008

Precariedade no sítio do costume

contributo do F.E.R.V.E


sábado, 22 de março de 2008

Euromayday!!

A intervenção artística nas ruas com fins políticos e sociais é também uma componente dos projectos colaborativos artivistas. A manutenção de um espaço virtual na Internet para divulgar informação é, tal como no hacktivismo, uma prática corrente. O colectivo italiano Chainworkers1, de Milão, actua como uma organização laboral que apesar de não ter quaisquer intenções estéticas directas, aspira "desenvolver uma linguagem icónica que possa alcançar em simultâneo os jovens que desempenham tarefas de serviços em cadeias de lojas, trabalhadores temporários e intelectuais free-lancers", refere Brian Holmes (idem). Entre o seu leque de acções contam-se a realização de manifestações e a afixação de faixas com mensagens de protesto em centros comerciais, o que é considerado ilegal uma vez que o direito de reunião pública dentro destes espaços é bastante constragido (ibidem). O site deste colectivo funciona como um recurso de informação jurídica e um meio de criar uma consciência colectiva. O Chainworkers foi ainda responsável pela reinvenção da tradicional manifestação do Primeiro de Maio, adaptando o conceito de manifestação às condições laborais do século XXI em que as economias ocidentais assentam sobretudo no trabalho precário e flexível. O sucesso do EuroMayday2 acabou por superar as iniciativas lideradas por sindicatos: a primeira edição, em 2001, reuniu cinco mil participantes em Milão, ao passo que a terceira, em 2003, conseguiu congregar 50 mil pessoas na mesma cidade italiana. Posteriormente, a iniciativa alargou-se a Barcelona tendo-se depois difundido para o resto da Europa, tendo a edição de 2005 abarcado 19 cidades do continente. Brian Holmes descreve um pouco o ambiente que se vai viendo ao longo das ruas durante estes eventos:

Dançarinos com écharpes de plumas rosa que entram numa loja Zara para sabotear o comércio da moda; trabalhadores africanos que envergam máscaras brancas que têm escrito "invísivel"; um boneco gigante representando os diferentes tipos de empregos temporários ("escravos" dos call-centers; entregadores de pizzas; operários da construção civil que recebem ao dia), Uma enorme faixa verde envolve a parte lateral de um camião que transporta uma aparelhagem sonora por entre a multidão: "A metrópole é uma besta: cultiva a micropolítica da resistência". Um dos cartazes do evento exibe um contorcionista de um circo antiquado - uma alegoria do trabalhador flexível na sociedade do espectáculo" (idem).

Para além de desenvolver uma "linguagem estética sob a forma de um território de expressão, o EuroMayDay reinvidica um conjunto de garantias mínimas de modo a tornar o trabalho flexível numa actividade digna e viável: "um ambiente urbano não-poluído; habitação e cuidados de saúde generalizados; educação pública de qualidade; acesso às ferramentas de produção de informação - mas também ao tempo e aos espaços necessários para a produção social e afectiva" (idem). Os trabalhadores precários ou atípicos exigem assim um novo regime de segurança social que os protega sem renunciar à flexibilidade, a "flexigurança", como é designada por Marcello Tari e IIaria Vanni3. Do mesmo modo que outros elementos da geração pós-fordista a que pertencem, não procuram obter uma posição permanente e para toda a vida (idem).

Em Fevereiro de 2004, os Chainworkers introduziram uma nova performance, São Precário4, o santo patrono dos precários em substituição do papel tradicional de líder e porta-voz, uma figura com uma história própria que tem surgido de uma forma nomádica em diversas cidades da Itália. Matteo Pasquinelli considera que se trata de uma "estrela pop open-source (tal como o seu percussor Luther Blissett) que funde personagens arquétipas do imaginário colectivo italiano (os santos) com as mais recentes personagens sociais (os trabalhadores temporários)"5. Na medida em que se "apropria da tradição católica italiana de transportar estátuas de santos em procissões nos espaços públicos", este novo héroi é visto por do mesmo ângulo que já abordámos anteriormente: funciona simultaneamente como "um détournement, uma Zona Temporária Autónoma, um carnaval" (Tari e Vanni, 2005). O santo, que também faz milagres, "aparece em espaços públicos durante a realização de comícios, marchas, intervenções, manifestações, festivais de cinema, feiras de moda e, é claro, procissões". A personagem fez as suas primeiras aparições a 29 de Fevereiro - data fixada para o dia desta nova "devoção" -, tendo desde então se multiplicado e materializado em diferentes disfarçes - pois "não privilegia uma classe de precários em relação a outra", tendo também já surgido sob a forma de uma figura feminina (idem). O culto gerou um grande número de seguidores o que levou à criação inclui uma série de acessórios e rituais associados à santidade, como várias e diferentes estátuas que são transportadas em procissões, atributos iconográficos, hagiografia - narrativa biográfica -, uma oração, campo de especialização e até mesmo o seu próprio santuário, numa praia de Lido di Veneza (ibidem).

A capacidade de São Precario se transfomar a qualquer momento num novo imaginário ficou bem patente na sua mutação em Serpica Naro6, um estilista anglo-nipónico "virtual" com um site7 própio de aspecto profissional semelhante aos de outros designers de moda, que conseguiu ser aceite pelos organizadores da Semana da Moda de Milão, sem que estes conhecessem que se tratava de uma farsa. Mesmo antes de desfilar, a figura despertou um grande interesse junto dos media comerciais generalistas e especializados, que eram incentivados por comunicados de imprensa supostamente oriundos de um gabinete de comunicação em Tóquio. Para gerar mais controvérsia, os Chainworkers puseram a circular a informação de que Serpica tinha explorado a comunidade gay japonesa ao copiar e comercializar o seu visual depois de ter proposto uma colaboração com eles. O desfile, realizado a 29 de Fevereiro de 2005, contou com oito modelos concebidos por Serpica abordando o tema da flexibilidade e das condições de trabalho precárias., seguido por uma passagem de modelos criados por jovens estilistas que se recusam a comprometer com o sistema da moda. No final, foi anunciado que Serpica Naro não existia, tendo a performance sido anunciada à comunicação social que divulgou amplamente a história. Matteo Pasquinelli considera que, para além de "ter sido útil na condenação das condições dos trabalhadores precários dentro da indústria italiana da moda", a personagem serviu para "criar uma metamarca - uma marca que engloba outras, como um franchising - aberta que qualquer estilista de 'moda radical' pode empregar". Mais do que uma mera partida, "Serpica Naro é uma versão generosa da Marca Registada" em que "todos podem ser estilistas"; "qualquer um que se identifique com Serpica pode fazer parte dele", pode-se ler no comunicado final elaborado pelos Chainworkers.

Yomango9 foi um dos grupos que elaborou modelos para o desfile de Serpica Naro. Trata-se de um projecto da responsabilidade de Las Agencias10, um colectivo de Barcelona que desenvolve vários projectos tácticos recorrendo a tecnologias digitais para produzir e distribuir fisicamente ou online cartazes, folhetos, autocolantes e vídeos. O nome desta metamarca associa a cadeia espanhola de lojas de roupa Mango com um termo do calão castelhano que pode ser traduzido para "Eu roubo (gamo)". O projecto disponibiliza informação e recursos para promover o furto de roupas e outros produtos comercializados por transnacionais como a Mango, organizando ainda acções colectivas de "gamanço" e jantares "Yomango" para o consumo dos bens alimentares furtados.

aqui

quinta-feira, 20 de março de 2008

.::: Cartoon de Pedro Precário Vieira, original para o MayDayLisboa :::.




segunda-feira, 17 de março de 2008

Assembleia MayDay!!

Assembleia do Mayday!!

Quarta-feira :: 19 de Março :: 21:30

Crew Hassan
*Rua das Portas de Santo Antão, 159 (perto do Coliseu)*


Não faltes!

Até 4ª!

Voltar a jogar

via Spectrum


Tomamos conceitos e agarramos palavras, codificamos assim a praxis diaria com termos que se repetem e que de certa forma reduzem a abrangencia da sua influencia quotidiana. Falar de precariedade é falar de recibos verdes e de contratos temporarios, mas nao so. Assim como lutar contra a precariedade nao se fica por lutar contra a flexibilizaçao dos despedimentos. Ampliando um pouco a visao, digamos sériamente que precaria é a vida em que precisamos de pedir para trabalhar.

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Descodificando um pouco mais o fenomeno, vendo onde e como essa estrutura se formou, como ganhou o espaço necessario a sua imposiçao, é bastante obvio concluir que a precariedade, mais do que uma situaçao laboral é uma situaçao de vivencia, omnipresente. Nao é metafisico, na verdade exigimos voltar a viver. Voltar a escolher. A palavra escolher cai aqui bem, toma um sentido de aquisiçao de autonomia, de tomada de decisao. Acima de todas as reflexoes, estamos aqui porque nao acreditamos que a democracia se esgote num preenchimento de cruzes mais pequeno que um totoloto.

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Analizando entao a abrangencia, e tomando como bagagem a sua construçao, olhando para os tempos nao tao distantes em que foi construida a actualidade e a quem calhou bem este afunilamento do debate, da interacçao entre os varios sectores da sociedade, pomos sobre a mesa que foi a propria desagregaçao da organizaçao, a vitoria em ralenti dos valores individalistas, mascarados como economico-liberais (quando na verdade vinham de grupos oriundos das bancadas mais a direita do espectaculo da representatividade), conservadores portanto. Aqui, pelo contrario, organizamo-nos.

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Nao se trata mais de ganhar o debate, agora trata-se infelizmente de ganhar o espaço para ele acontecer. Mais do que tentar ganhar batalhas juridicas nas quais entramos como o elo mais fraco e tendencialmente dependente do mediatismo onde impera o outro lado da barricada, interessa desconstruir a ideia das pseudo-oportunidades, de que esta unica saida, a de um curso universitario na area certa, para a qual ate nos vao alertar com os seus indices sempre tao bem contruidos, é o caminho certo, que é o caminho. Interessa mostrar que essa competitividade que é incentivada desde muito cedo no ensino se transforma em poucos anos numa visao de sucesso individual, numa estrada que se percorre sozinho, na esperança que haja para nos um pequeno buraco, um espaço que ainda nao esteja ocupado, ou em ultimo caso com o nosso trabalho a imperar sobre o dos outros, uma batalha por um lugar confortavel num espaço limitado.Exigimos que se entenda que nao é um lugar ao sol que queremos mas sim o verao para todos. E que, 40 anos depois do Maio que mostrou a praia que ha debaixo do betao, ainda nao paramos para pensar como vamos começar. Interessa construir a nossa Primavera. E continuar...

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domingo, 16 de março de 2008

A precariedade congela-nos a vida

Sábado durante a tarde houve mais uma acção de antecipação do MayDay!! Lisboa, os precários saíram à rua e congelaram... foi às 15:30 frente ao Centro Comercial do Chiado, às 16 frente à Brasileira e às 16:30 frente ao MacDonald's do Rossio. Foram acções rápidas que congelaram os precários e as pessoas que passavam na rua que perguntavam o que se passava, algumas identificaram-se.

Fizemos isto porque a precariedade congela a vida de muitas pessoas, todos aqueles que não sabem se terão rendimento amanhã, na próxima semana ou daqui a seis meses, aqueles que são forçados a imigrar clandestinamente, trabalhar clandestinamente e viver clandestinamente, aqueles que são forçados a endividar-se perante a banca, aqueles que têm de esconder a sua orientação sexual. precariedade congela a vida dos que querem ter uma vida minimamente digna e não podem.

Fizemos isto porque a vida é poder, força, energia, reflexão, amor, ódio, imaginação e acção. E isto nunca poderá ser congelado.


sábado, 15 de março de 2008

O MayDay!! não é só em Lisboa

A imagem “http://euromayday.be/IMG/arton90.jpg” contém erros e não pode ser exibida.

http://euromayday.be/

Hasard du calendrier ? Cette année l’Ascension tombe le 1er mai. Or depuis 1950, la ville de Aachen décerne annuellement à cette date "le prix Charlemagne" à une personnalité oeuvrant à la construction de l’identité européenne. Cette année, Angela Merkel recevra ce prix des mains de Nicolas Sarkozy qui la récompense pour l’adoption du nouveau Traité européen. Celui-ci se fonde sur une Europe élitiste car il fait l’impasse sur le double-non (de la Hollande et de la France). Il entérine aussi la précarité des jeunes ainsi que la persécution et l’exploitation des sans-papiers. L’événement glorifie une vision impériale de l’Union européenne, vassal loyal des USA.

Merkel et Sarkozy, cette aigle à deux têtes précipitant le continent dans un état policier, tenteront d’éclipser le sens de la MayDay. Ils font ainsi d’une pierre deux coups. D’une part, ils consolident la forteresse Europe aux dépens des revendications sociales grâce au Traité remanié. D’autre part, ils tentent de déjouer la nature hérétique de la Journée du 1er mai, symbole de la tradition anarcho-socialiste.

Nous, précaires européens rassemblés dans le réseau Euromayday, fier/es héritiers/es de cette tradition, de l’utopie sociale et du mouvement global, ne pouvons accepter que la MayDay vire à la mise en scène ampoulée. Nous méprisons le spectacle de ces deux souverains en manque de crédibilité rêvant de voler vers le panthéon des célébrités chrétiennes et atlantistes. Nous rejetons Charlemagne comme symbole de l’Europe nationaliste et occidentaliste, et nous dénonçons le néoliberalisme de la commission Barroso.

Chaque jour, nous luttons dans nos villes pour l’auto-organisation et le développement de communautés durables, contre la précarisation et l’exclusion causées par l’assaut des multinationales et des élites financières malhonnêtes, avec la complicité de nos gouvernants.

Forcé de vivre dans l’enfer de la précarité, nous allons saboter le paradis des élites européennes. Nous appelons les intérimaires et intermittents, les sans emploi, les sans qualités, les sans revenus, les sans papiers et les sans toit à venir nous rejoindre à Aachen.

En nous rassemblant, nous sommes forts de ce que nous inventons ensemble. Le 1er mai, nous décernons le prix de cette création quotidienne :

à toutes celles et ceux qui nient les frontières à toutes celles et ceux qui, partout en Europe cachent et aident des migrants ; sabotent les centres fermés, à toutes celles et ceux qui ouvrent et font vivre squats et centres sociaux, à toutes celles et ceux qui développent culture digitale, peer-to-peer et free softwares, à toutes celles et ceux qui font de la haute-voltige pour terminer les fins de mois et payer toutes les factures ; à toutes celles et ceux qui courent à bout de souffle pour éduquer, loger et nourrir leurs enfants, seul/es et sans aide sociale suffisante ; à toutes celles et ceux qui hoaxent les plans maléfiques des marchands de travail, des entrepreneurs du béton et des trous de gruyère, à toutes celles et ceux qui défont les pièges de la désinformation ; créent leurs medias et prennent l’information en main, à toutes celles et ceux qui refusent que la sexualité soit affaire privée et luttent contre les normes hétérosexuelles et à toutes celles et ceux qui défileront dans les Mayday parades d’Europe et d’ailleurs ..


sexta-feira, 14 de março de 2008

ACÇÃO MAYDAY!!

SÁBADO 15 Março :: 15h :: METRO Baixa Chiado/Brasileira

.:: A PRECARIDADE CONGELA-NOS A VIDA ::.


A Organização do MayDay 2008 apela à concentração do maior número de precári@s possível para a realização da acção PARAR A PRECARIEDADE - porque a precariedade congela a vida de muit@s de nós, nos call-centers, nas escolas, nos estágios, nos recibos-verdes, na ilegalidade sem direitos, no desemprego, nos contratos renovados de semana a semana...


Traz contigo um Pin, um Boné, um Jornal, uma T-shirt, um autocolante, uma mala, um saco, UM PAPEL! Qualquer coisa que tenha a frase que denuncie:


"A PRECARIEDADE CONGELA-NOS A VIDA"
"SOU UM TRABALHADOR PRECÁRIO"


Será feito um video da acção. Aparece e passa a mensagem!

Este Sábado o Precariado Rebela-se!